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  • Jean Carlos

A democratização e atualidade da ópera

por Jean Carlos


A arte ligada à educação é um instrumento super valioso para o crescimento intelectual das crianças, seja na escola ou comunidade. E, por isso, é importante democratizar esses espaços.



O 18° Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, que teve início de forma virtual no dia 19/03, sexta-feira, trouxe “Novos formatos da ópera” como um dos temas dos Encontros de Saberes. Karen Acioly abriu a live apresentando os convidados Marcos Lucas, Mario Ferraro, e a mediadora da mesa, Doriana Mendes.


Marcos Lucas começou a conversa falando de suas óperas: “ O pescador e sua alma” (2006), na qual Doriana também fez parte, e “Stefan and Lotte in Paradise” (2012). O que chama atenção nessas duas óperas é o novo formato que elas se encaixam, pois são óperas de câmara para serem executadas com um conjunto de câmara e não com uma orquestra completa, e também não foram apresentadas em teatros de óperas. Em um trecho de “O pescador e sua alma” exibido por Marcos, ficou explícito como essa obra é contagiante devido ao seu drama e energia.


(Trecho da ópera “O pescador e sua alma”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xCMiV1TzQB0)


Já “Stefan and Lotte in Paradise”, trata sobre o escritor judeu e austríaco Stefan Zweig, que, fugindo do nazismo, viveu seus últimos meses de vida isolado em Petrópolis com sua esposa. Esse espetáculo era em um formato diferente: tinha um telão digital e parte do cenário era virtual, criando uma junção da tecnologia com o real que fez com que o trabalho se destacasse.


(trecho da ópera “Stefan and Lotte in Paradise”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xCMiV1TzQB0)


Mario Ferraro faz uma introdução espetacular para explicar aos novos públicos, ou pessoas que não conhecem a ópera, o que de fato ela realmente é. Ele esclarece que a ópera é um gênero dramático musical e em multilinguagem, que ela lida com todas as artes. Em um outro tópico, ele fala sobre a adequação, viabilização e democratização das óperas. A arte ligada à educação é um mecanismo super valioso para crescimento intelectual das crianças, seja na sua escola ou na sua comunidade, e por isso é importante democratizar esses espaços.


“O comedor de nuvens”, uma das óperas de Mário que já constou na programação do FIL, foi apresentada para crianças em hospitais. Foi produzida para trazer alento e fazer com que aquele momento de tristeza fosse o menos doloroso possível para as famílias e crianças. O espetáculo empático faz com que percebamos como a ópera pode ser um meio de amenizar um pouco as feridas da alma.


“Helena e seu ventríloquo”, de Doriana Mendes, é uma ópera eletroacústica com vídeo. Porém, esse projeto foi reestruturado por causa da pandemia e se tornará audiovisual - mudança que enriquecerá ainda mais o trabalho.


O debate abriu espaço para dúvidas e questionamentos do público. A primeira pergunta foi “Como podemos sensibilizar as crianças para a ópera?”. O que vimos acima com o trabalho de Mario, “O comedor de nuvens”, pode responder a essa pergunta: a ópera atua não só como sensibilizador das crianças, mas também de outros públicos. E uma ótima maneira de cativar uma criança ou adulto para a ópera é trazê-la para o seu cotidiano.


Karen Acioly encerra o debate fazendo uma reflexão sobre o que podemos fazer para difundir a ópera nas escolas, e fala que somos sim capazes de construir um projeto de sensibilização e formação da ópera.


O que devemos levar como aprendizado desse debate é a reflexão sobre a importância e atualidade da ópera para o aprendizado, com a arte sendo essencial para nossa sobrevivência nesse momento sombrio em que estamos vivendo.









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