Programação realizada no Humaitá marcou a noite do último dia 12, deixando todo o público saudoso e emocionado
Por Letícia Mercier
“Esse ato de ouvir é muito importante até para o contador de história”. Foi o que disse Augusto Pessoa, que se apresentou na segunda etapa da maratona de narrativas que aconteceu no último sábado (12) no Espaço Cultural Sérgio Porto. A FIL de Histórias, como foi chamada essa parte da programação do 17º Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, recebeu vários nomes de incríveis contadores de histórias, entre eles, o de Bia Bedran.
Dividido em três tempos, o espetáculo foi recheado de diversidade, tanto nos enredos quanto na forma de narrar. Os curadores convidados fizeram questão de construir a FIL de Histórias de forma eclética, perpassando por várias culturas, como da chinesa à africana. Foram narrativas bem-humoradas, carregadas de carinho dos contadores e que encantaram não só as crianças como também os adultos.
Zé Mauro Brant, cantor, ator e contador de histórias, enfeitou sua apresentação com canções e acordeão. Daniele Ramalho também fez uso de cantorias e tambor. Assim, o espaço ficou tomado pelo contato entre os contadores e o público, que também se sentia parte das histórias. Além de ter sido aconchegante para o coração, o espaço também dispunha de almofadas e colchonetes para quem quisesse ficar mais pertinho dos contadores e se sentir mais em casa – atitude tomada principalmente pelas crianças.
O terceiro bloco, exclusivo da contadora niteroiense de histórias, Bia Bedran, foi marcado por bastante nostalgia, desencadeada por histórias como “O Macaquinho” e “A menina e o anel” e também histórias clássicas, como “O Velho, o Menino e o Burro”, de Esopo. Com elas, Bia reforçou importantes lições de vida como ser preciso aprender a perder para depois saber ganhar.
Com sua doce voz, seu violão e seus fantoches – grandes parceiros de contação de histórias –, a narradora foi docemente apreciada pelas crianças, as quais sabiam suas músicas de cor. Entre uma história e outra, incentivava a própria plateia a cultivar a arte de contar histórias: “Todo mundo é um narrador. Todo mundo é um potencial de histórias”.
Bia Bedran reforçou, também, a importância das histórias contadas pelo próprio contador. “A contação de histórias é uma linguagem que fica na interseção do trabalho do ator com o monólogo. É uma linguagem que tem tanto a sua especificidade que só fazendo, só passando pela experiência de narrar é que se consegue perceber essa sutil diferença entre interpretar um texto e narrar um texto”, disse.
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