"FIL de Histórias" apresenta espetáculo com a presença de vários contadores dispostos a entreter o público, principalmente crianças em seu dia de uma noite cultural
Por Daniel Barreiros
As histórias estão dentro das pessoas e, por isso, devem ser tiradas em sua melhor forma e contadas para outras ouvirem. Foi a partir dessa simples lógica que seis contadores de histórias levaram a plateia ao mundo da imaginação, sobretudo as crianças que viviam o seu icônico dia 12 de outubro. Organizado pelo Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens (FIL), o Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto abriu a atração cultural as 17h.
Para começar a apresentação, Camila Costa iniciou convidando a todos que preparassem seus corpos e sentidos para ouvir às histórias. Com diferentes tons de voz e expressões no rosto, ela foi aos poucos mergulhando todos no mundo onde tudo é possível – o mundo das histórias – e, ao tirar uma grande concha para o desfecho, as crianças olharam fascinadas e a história ganhou vida. Em seguida, foi a vez de Daniela D’Andrea acompanhada de uma boa música de sanfona captar os últimos desatentos e todos passaram a dar risadas e esperarem ansiosos para cada novo decorrer da narração.
Apesar da proposta do evento priorizar as crianças, Gizele Santos, além de uma história infantil, também trouxe a imaginação para o mundo dos adultos enquanto distribuía uma cesta de balas às crianças e demais da plateia. A mistura de instrumentos musicais com a criatividade permitiu criar um outro universo e ali, de repente, todos se encontraram imersos na diversão, na arte, na cultura de uma tradição milenar. Com término de um samba, Gizele anunciou a entrada de Sílvia Castro que agitou o ambiente cumprimentando a todos ao som do violão de Paulo Bi. A narradora, muito consagrada pelo país a fora, contou sobre "Como a onça ganhou as pintinhas" e provocou uma enorme empolgação nas crianças que de espectadores viraram personagens e entraram nas histórias. Foi assim que terminou a história de Sílvia que contou com a ajuda de uma pequena menina para decidir o final.
Como se não bastasse, Joaquim de Paula junto de sua conhecida sanfona, resolveu trazer adultos e crianças para a história – de fato – e dançar cantando ao coro da plateia "A vida boa na lagoa". Por último, Anderson Barreto trouxe um pouco de cultura africana com um canto para lá de dinâmico em outra língua, além de um recipiente e três ramos de alecrim para, no fim de sua narração, oferecer um chá para as crianças cheirarem, símbolo de bons votos a elas, especialmente no seu dia.
Esse foi apenas o primeiro espetáculo de três que ocorreram neste sábado de atividades do FIL de Histórias. O espaço teria ainda apresentações até 22h e contaria com a presença da renomada Bia Bedran para fechar esse grande momento de envolvimento cultural de todas as idades, com destaque para as crianças, que crescem em um país onde a cultura, a arte e a educação enfrentam sérios embates contra o avanço do ultraconservadorismo e da polarização político-ideológica.
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