Primeira mesa do evento abordou o papel feminino na formação de um público leitor
Por Geovana Cristine de Souza
Na manhã desta sexta-feira (11), Marina Colasanti, Nilma Lacerda, Laura Sandroni e Beth Serra abriram a II Jornada de Literatura Infantil e Juvenil. Reunidas por Ana Crélia Dias, professora de Literatura Brasileira da UFRJ, essas personagens importantes do universo das letras participaram da primeira mesa e falaram sobre a importância das mulheres na formação do público leitor. O evento teve duração de duas horas e ocorreu no auditório da CPM,o Centro de Produção Multimídia da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), localizado na Urca.
Marina Colasanti, escritora premiada em literatura infantil e juvenil, foi a primeira da mesa a falar e revelou que não existiria literatura nem leitores sem a participação das mulheres. Segundo ela, as mulheres fazem parte de todo o processo de formação da leitura: são ótimas transmissoras de culturas orais, contadoras de histórias, conduzem as crianças na aprendizagem e desenvolvem as mais criativas narrativas.
Em seguida, Nilma Lacerda, escritora e professora da UFF, fascinou um público majoritariamente feminino com sua leitura primorosa de “Uma ideia toda azul", da escritora presente Marina Colasanti. Desenhou um mundo mágico com as palavras de tal forma que grande parte da plateia fitou aquela leitora com os olhos brilhando de contentamento, inclusive a própria Colasanti.
Logo após, uma das homenageadas da mesa, Laura Sandroni, que dedicou grande parte da sua vida aos trabalhos na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), teceu alguns comentários a respeito da literatura infantil. Já Elizabeth Serra falou sobre seu trabalho importante junto a FNLIJ, contribuindo para que alunos de escolas públicas possam ter acesso a livros literários de qualidade.
Quando foi aberto para a participação do público, Ana Luíza, ex-aluna da Nilma Lacerda e professora de literatura , surpreendeu ao descrever o trabalho que realiza com alunos da rede pública e idosos na cidade de Itaboraí.Ela também declarou sua grande admiração por Marina Colasanti por ela ter marcado a vida de muitas pessoas com obras de simbólica qualidade.
Ao final do evento, muitas mulheres na plateia estavam emocionadas e entusiasmadas, os sorrisos largos e olhos marejados eram facilmente percebidos. E não é para menos, estar diante de quatro figuras femininas que tem um repertório de muita luta pela democratização do conhecimento é de arrepiar mesmo. Ainda mais quando se descobre que a literatura é formada por um tecido profundo, entrelaçado pelas contribuições individuais de cada mulher.
Depois desse dia, ler um livro nunca mais será a mesma coisa.
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