top of page

O que aprendi com o Pequeno Cineasta.

  • Writer: Marcelly Dias
    Marcelly Dias
  • 2 days ago
  • 2 min read

Por: Maria Clara Torres


O Pequeno Cineasta, criado em 2009 pela atriz e produtora Daniela Gracindo, tem o objetivo de dar voz a crianças e adolescentes de 8 a 17 anos por meio do cinema. A iniciativa busca incentivar o olhar criativo e a expressão artística desde cedo, mostrando que boas histórias podem nascer das mãos e da imaginação de uma criança.


Nas oficinas realizadas ao longo do ano, os alunos vivenciam todas as etapas de uma produção audiovisual. São apoiados por  Daniela e  Felipe Leibold, que acompanham de perto o processo como professores. As pré-inscrições para garantir 10% de desconto na próxima oficina de férias, que acontecerá em Janeiro, no Campus Tom Jobim da Universidade Estácio de Sá (Barra da Tijuca - RJ), já estão abertas no Instagram @pequenocineastaoficial.


No último domingo, dia 12, pude prestigiar a exibição de curtas do Pequeno Cineasta durante o FIL (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagem) no Teatro Sérgio Porto, no Rio de Janeiro.


“Não somos bagunceiros, somos empolgados!”, foi o que uma voz de criança gritou no meio das arquibancadas do teatro. E, com toda sua simplicidade, me abriu os olhos. Que parte de nós se perde quando crescemos?


Durante esse dia tão especial, percebi que o cinema feito por crianças não é só sobre contar histórias. É sobre sentir tudo o tempo inteiro. Se o curta era de terror, elas riam ao se assustar. Se tinha música, dançavam e cantavam como se fizessem parte da cena. Nem os filmes estrangeiros da República Tcheca e da Coreia do Sul escaparam de seus comentários. Eles buscavam, em suas próprias referências, algo para associar, chegando até a mencionar Odete Roitman, da novela “Vale Tudo”.


Foi impossível não se contagiar com aquela energia. Cada exibição acompanhava uma pequena torcida — gritos e aplausos não faltaram. Quando chegou a vez de “O Mistério do Armário 22”, produzido pela maioria das crianças presentes, os olhos brilhavam. Eles vibravam ao ver seus nomes nos créditos, comemoravam cada aparição dos amigos na tela. Era como se todo o teatro pertencesse a eles. Aquele era um lugar único de descobertas.


Ao final da exibição, conversei com a Larissa Lima, de 16 anos, que é aluna da Oficina Pequeno Cineasta desde os 14. Ela me contou que todo o processo de criação dos curtas acontece em apenas uma semana. Sete dias para escrever, filmar, editar e, principalmente, criar laços. “A gente vira uma família”, disse. E eu fiquei pensando: como é possível construir amizades tão verdadeiras em tão pouco tempo?


Talvez essa seja a maior lição do Pequeno Cineasta: a de que crescer não precisa significar deixar de se encantar. De que ainda dá tempo de rir alto, se empolgar e sentir sem medo do exagero.

Em pleno dia das crianças, o FIL não só me mostrou histórias contadas pelo olhar infantil, mas me lembrou como é bom, de vez em quando, voltar a enxergar o mundo assim.


Felipe Leibold, Thais Antunes, Daniela Gracindo e equipe de “O Mistério do Armário 22”
Felipe Leibold, Thais Antunes, Daniela Gracindo e equipe de “O Mistério do Armário 22”


Texto por: Maria Clara Torres, estudante de jornalismo da UFRJ e observadora FIL.


 
 
 

2 Comments


Sophia Santana
Sophia Santana
a day ago

Esse texto extraiu toda a emoção dessa plateia maravilhosa, as crianças tem uma energia única mesmo

Like

valentinadavid2013
a day ago

Que texto lindo Maria Clara, a infância de fato faz muita falta e você transmitiu tudo!

Like
bottom of page