Costurando memórias: o FIL e a arte de crescer junto com as histórias
- Marcelly Dias
- Oct 9
- 2 min read

Por: Júlia Clarindo
O Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens (FIL) chega a mais uma edição celebrando não apenas a arte, mas também o tempo. Desde a primeira edição, o festival acolheu bebês que hoje são jovens adultos, muitos deles agora pais, levando seus próprios filhos para viver experiências semelhantes às que os marcaram na infância.
Entre aqueles que cresceram junto com o festival está Daniela Fossaluza, atriz, escritora e coordenadora do espetáculo “Tibicuera Costura o Brasil”, da Cia. Costurando Histórias. Seu trabalho acompanha o FIL desde as primeiras edições, fiando laços de afeto e memória com o público.
A companhia, idealizada por Daniela, tem uma proposta singular: transformar narrativas literárias em tapetes tridimensionais que contam histórias. Em vez de cenários tradicionais, são tapetes de pano que se abrem como livros bordados à mão, repletos de personagens e paisagens tecidos com cuidado artesanal.
Em entrevista à repórter Júlia Clarindo, do FIL, Daniela explicou como essa experiência imersiva transforma a relação entre arte e público:
“É muito bonito e natural quando as crianças, depois de participarem como ouvintes, se entregam às brincadeiras, manipulando os recursos também. Faz parte da linguagem essa aproximação com tudo que constrói a ‘ilusão’: fantasia, realidades, fontes narrativas, invenção, costuras. Tudo fica bem próximo e ao alcance das mãos, não só dos artistas. É um convite à participação ativa.”
Mais do que uma relação artística, Daniela revela um vínculo profundo com o festival: um elo tecido entre maternidade, arte e memória:
“Eu tenho uma relação de muito afeto com o FIL, como artista e como mãe. Meus filhos eram pequenos quando começaram a participar como espectadores. Seus amigos das escolas em que estudaram compareciam com afinco às atrações. Eles foram crescendo junto com o festival. E muito público que conheci nas plateias do FIL tornou-se amigo da vida toda.”
Para ela, o espetáculo dialoga com todas as idades e traz, em sua própria estrutura, a metáfora do que é crescer com a arte:
“Um bom trabalho tem diversas camadas de significação, como na costura de um tapete: muitos tecidos, alguns mais aparentes, outros velados e mais acessíveis à medida que nos desenvolvemos como leitores. Mas a riqueza da concepção deve estar ali presente, em cada ato cênico e em tudo que dá base a esse acontecimento.”
Com 24 anos de estrada, o Costurando Histórias segue entrelaçando memórias e afetos, tecendo pontes entre passado, presente e futuro, exatamente como o próprio FIL; que continua a formar espectadores e artistas de todas as gerações.
O espetáculo “Tibicuera Costura o Brasil” será apresentado nos dias 11 e 12 de outubro, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, com a expectativa de encantar e inspirar o público que se reúne em torno do fio da arte.








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