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  • Maria Rita Garcez

Fina: se aceitar é o primeiro passo para ser amado

Por Maria Rita Garcez


No dia 28/03, durante o 18º Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens (FIL), o Projeto Teatro Nômade apresentou a sua adaptação da peça Fina. O espetáculo é baseado no livro Fina, de Karen Acioly, e essa versão foi gravada durante a pandemia de COVID-19, já em ambiente virtual. A direção é assinada por Bruno Paiva e o elenco formado por Jaqueline Cruz, Leo Medeiros, Luisa Miranda e Nino Lorenzo.


Fina é apelido para Josefina. Ela é uma menina diferente que não é compreendida pelas outras pessoas. É taxada de estranha apenas por estar fora dos padrões e se sente sozinha. No dia de seu aniversário, a garota prepara uma festa virtual e teme que seus amigos não compareçam. É aí que começa a sua jornada pelo autoconhecimento.


Depois de toda a sua apresentação ao público e preparação para a sua festa de aniversário, Fina cria um amigo imaginário, o Ele. Ele é a chave para o autoconhecimento da menina. O tratamento que Ele dá à garota é especial, pois ele nunca ofende nem discorda das opiniões dela e aceita o “estilo Fina” de ser. É a pessoa perfeita. No início, ela não gostava dele, mas eles acabam criando um laço afetivo.


A peça é interessante por vários fatores, entre eles, o fato do texto conseguir ser elucidativo e poético ao mesmo tempo. O uso da expressividade de diferentes atores para fazer as duas personagens representou muito bem as angústias de Fina e também contribuiu para o enriquecimento da adaptação. Além disso, o formato virtual, por mais limitado que seja, conseguiu proporcionar uma experiência de imersão na história, com o jogo de luzes e sombras remetendo à imaginação da menina, às coisas boas e leves.


No final das contas, Fina só queria ser amada. Não queria sofrer julgamentos por estar fora dos padrões e queria ser livre para ser ela mesma. Ela entendeu que para poder construir relações verdadeiras de amizade e amor, primeiro precisa se aceitar. Esse aprendizado não serve só para as crianças e, sim, para todos nós.


A adaptação de Fina está disponível aqui.

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