O renascer de Enreduana - a volta de um símbolo da força feminina

por: Gabrielle Teodoro

Há 4.300 anos na Mesopotâmia, surgia na cidade de Ur, Enreduana a criadora da poesia. 

Inspirado no livro de Roger Mello e Mariana Massarani, o musical estreia com uma apresentação encantadora e rica em detalhes. Desenvolvendo o enredo da personagem com originalidade e prendendo o telespectador do início ao fim. 

As poesias cantadas, o cenário interativo, o uso de diversos instrumentos, a presença de palco são apenas alguns dos fatores que deixam o público apaixonado por essa história.

“Enreduana é mais que uma “personagem”, ela é uma inspiração para as crianças e um símbolo de força feminina.”, comenta Camila Marliére, atriz do Musical. 

Como você se sente interpretando uma personagem que representa uma mulher muito forte na história?

“É uma honra trazer de volta a história e a voz de enreduana, que foi a primeira pessoa a assinar um texto literário, a escrever poesia, a professar filosofia e a trazer a paz naquele mundo de guerras através da escrita e da palavra. Então é maravilhoso poder representar essa mulher que foi apagada por homens ao longo da história” 

E ao falar com Roger Mello - Escritor e ilustrador - ele fala também sobre a força da enreduana. 

Qual foi o impacto que ela causou na sua vida? 

“Nossa ela ainda está causando, eu fico muito feliz de ver crianças e mulheres percebendo que a primeira pessoa a escrever um texto ficcional foi uma mulher e ela foi calada durante a história. Então a Mariana Massarani tinha ilustrado o livro e veio essa equipe, o Tibor fez as músicas e a gente achou que o impacto e a força das palavras dela, ela dizer eu sou enreduana, eu estou aqui é uma voz eterna então o impacto eu acho que está sendo ver crianças, principalmente meninas quererem falar com a Camila que faz a enreduana no final para quererem saber como e que foi isso, querendo saber o por que dessa historia real ter sido tirada delas.” 

A fala deles reforça que Enreduana é mais que uma personagem, ela é parte da história. Uma mulher que merece toda a visibilidade que lhe foi roubada e é uma honra poder ver o renascimento de sua trajetória.

Por: Gabrielle Teodoro, extensionista da Fil e aluna da eco/UFRJ.