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  • Writer's picturePedro Werneck Brandão

Onde Eu Guardo um Sonho deixa cheirinho de infância

Adelly Constantini estrela seu primeiro solo Infantil em uma apresentação de circo contemporâneo


Por Isabel Côrtes


Será sonho ou realidade? O espetáculo “Onde Eu Guardo um Sonho”, estrelado pela artista Adelly Constantini e apresentado na última sexta feira (11), no Teatro Prudential, nos leva à infância brincando com o imaginário. A peça de circo contemporâneo, voltada para o público infantil, começa com a personagem acordando em um parquinho, entre o sonho e a realidade.


Cena do espetáculo Onde Eu Guardo um Sonho (Foto: Lianne Henriques)

O Teatro foi envolvido por gritos animados e pela correria das crianças desde a abertura das portas. Com o início da apresentação, já se sentia o conforto e a delicadeza que o espetáculo transmitia. Já em sua primeira aparição, a artista foi reconhecida pelas crianças na plateia, que gritavam seu nome. Podíamos quase enxergar a resposta em seus olhos. Não eram necessárias falas para que se compreendesse o sentimento que transbordava do palco e atingia uma plateia fascinada. Crianças, adultos, idosos, não havia uma pessoa que parecesse não se envolver.


Registro de três gerações (Foto: Rayssa Colafranceschi)

De diferentes maneiras, o que sentimos foi um cheirinho de infância. Com acrobacias e danças, Adelly consegue tornar tudo natural a ponto de resgatar a criança dentro de qualquer pessoa. Desprendidos de idade e próximos ao coração, éramos envolvidos pelo imaginário, capazes de enxergar uma guerra de travesseiros, uma cabaninha de lençóis, ou um pula pula na cama de almofadas. A cada queda, já se esperava o grito de uma criança, até mesmo de um adulto. Risadas que contagiavam e traziam a nostalgia do que passou e de tudo que ainda podia ser resgatado.


Adelly Constantini em seu primeiro solo infantil (Foto: Lianne Henriques)

A música ao fundo trazia sua própria história. Sininhos tocavam durante boa parte da apresentação. Ouvia-se o som de uma caixinha de música e, de olhos fechados, podíamos imaginar uma bailarina rodopiando. Eram mergulhos, quedas, passeios flutuantes pelo espaço. Na plateia, víamos crianças que balançavam junto com a artista e reagiam a cada cena: “Vai cair daí! Que coisa mais maluca!”, elas diziam. Em uma das músicas, pais e filhos dançavam juntos, crianças quase invadiam o palco e todo o teatro se transformava em uma pista de dança, enquanto, ao fundo, o verso “Que o amor não passe de mágica” ecoava pela sala.


Almofada por almofada, o trepa trepa se transformava em uma cama e fomos levados a um silêncio. Penas caem do céu, como neve e, em sua cama flutuante, a criança volta a dormir. Ou talvez, como “num passe de mágica”, um adulto desperte de seu sonho de criança.


Penas do travesseiro caindo do alto (Foto: Rayssa Colafranceschi)

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