Multimundos: Uma experiência em que é possível se deslocar no tempo e espaço

 Iara Reis - Estudante de Jornalismo e curadora do FIL

Nos dias 9 e 10 de Outubro quem passou pelo Teatro Sérgio Porto teve a oportunidade de vivenciar uma experiência imersiva e tecnológica. Quando cheguei no espaço fiquei tomada pela curiosidade e também por um certo  receio, já que era minha primeira vez em contato com a realidade virtual e a realidade mista. Comecei a experiência pela animação “De volta ao passado”, em que fiz uma viagem no tempo através da realidade mista. Nessa viagem acompanhei Rui Barbosa e sua esposa Maria Augusta pela casa em que eles moraram e auxiliei na montagem de um carro do casal. Foi um deslocamento temporal muito interessante e me fez ter a curiosidade de visitar a Casa Rui Barbosa, para ter um comparativo do espaço físico real  e do antigo simulado virtualmente.

A experiência não parou por aí e era possível se deslocar para outras realidades na experiência imersiva. Locais como o Semente, icônico bar carioca situado na Lapa, ou o Cine Metro Passeio, considerado um dos maiores e mais luxuosos palácios cinematográficos do Rio de Janeiro. Nas experimentações o cenário do Rio de Janeiro predominou e com isso o Carnaval não poderia ficar de fora. Em “Finalmente Eu” consegui ajudar Seu Saul a percorrer uma trajetória de descobertas e autoaceitação, tudo isso em um esquecido bordel carioca e com carnaval como o período em que Seu Saul finalmente consegue se libertar. Apesar do Rio ter sido o protagonista nas ambientações, o multiverso não parou em terras cariocas e na animação “Estrelas do Deserto” foi possível se locomover até o Deserto do Saara para conhecer a história ancestral  do povo Saaraui.

Além disso, tive a oportunidade de conversar com  Ricardo Soares, que assim como eu estava no papel de espectador. Ele contou um pouco da sua percepção  sobre  a experiência Multimundos: “Pra mim foi uma surpresa porque essa parte de realidade virtual é algo que chama muita atenção e a experiência de assistir um filme e experimentar as diferentes perspectivas, podendo olhar para o ambiente como se você estivesse lá ouvindo as músicas e ao lado das pessoas é contagiante!”

Os responsáveis por essas criações foram alunos do mestrado em Mídias Criativas da UFRJ e os trabalhos apresentados no Teatro foram o  resultado dos estudos e pesquisas desenvolvidas durante o mestrado. Ao final da experiência fiquei com a sensação de que a tecnologia, quando utilizada com responsabilidade e atrelada à criatividade, pode oferecer excelentes resultados e possibilitar experiências incríveis.